quinta-feira, 22 de setembro de 2011

VOCÊ: Relíquia da Vida




A vida é igual uma montanha russa, apesar de seus altos e baixos é uma aventura gostosa de se desfrutar. Só não devemos fechar os olhos ao passar nos trechos difíceis do trajeto, porque senão não saberemos como se comportar, encarar e proceder nas outras situações críticas que virão. Não sejamos covardes!
Ficar triste por uma situação e/ou por uma pessoa não é vantagem para ninguém... A vida é cheia de pontos continuados que findam momentos para que novos sejam escritos. Não encare os problemas – amorosos, financeiros, familiares – como pontos finais, mas como novas oportunidades que a vida estar te dando para construir um novo começo, uma nova etapa, uma nova história.
Não é porque alguém te desprezou que você está sozinho(a) no mundo. Olhe ao seu redor! Você conta com pessoas que acreditam em você! Que torcem por você! Pessoas que te adoram e que sempre estarão dispostas a te proteger, te aconselhar, te animar, te amar; a compartilhar tristezas e alegrias, derrotas e vitórias, anseios e loucuras, simplesmente porque você é especial na vida dessas pessoas.
Se alguém te fez sofrer, não se entregue à tristeza. O problema não está em você, mas na pessoa que não soube reconhecer o seu valor. Todos nós temos um valor que ninguém tem igual, justamente por sermos únicos. Não existiu, existe ou existirá outra pessoa igual a você, pois você é um ser irrepetível – já pensou na relíquia que você é? Portanto, ponha um sorriso no rosto – aquele que só você tem – e encare a tristeza de cabeça erguida. Não é a toa que SORRISO rima com ALEGRIA. De que jeito? SORRIA que você saberá!

 
Paulo Hipólito



domingo, 18 de setembro de 2011

Preciso dizer que te amo?




    Preciso dizer que te amo, quando faço de tudo pra ficar ao teu lado? Quando sempre estou preocupado contigo; quando sempre te ligo para saber como você está ou só para ouvir sua voz mais uma vez; quando te procuro pra matar minha saudade; quando a única coisa que faço é pensar em ti; quando ofereço minha ajuda sem mesmo você precisar dela; quando te abraço, desejando mesmo te beijar?
    Preciso dizer que te amo, quando começo a gaguejar, meu corpo tremer e meu coração disparar quando estou diante de você; quando procuro sempre te impressionar; quando as músicas que ouço e os filmes que assisto só trazem você a minha mente; quando loto minha subnick de indiretas todas endereçadas a você; quando meu objetivo é sempre buscar teu sorriso?
    Então me responda: preciso dizer que te amo? Como dizer que te amo se quando te vejo perco a fala? Mas entenda, ama-se de várias formas! A minha é com o corpo inteiro!


Paulo Hipólito

domingo, 11 de setembro de 2011

Fala-me!




Fala-me do teu passado...
Quero ter inspiração para construir meu futuro ao teu lado.
Fala-me das tuas emoções...
Elas serão remédio para quando eu me sentir amargurado.

Fala-me de teus encantos...
Que eu quero saber a intensidade de tua inocência.
Fala-me dos teus amores...
Quero saber o quanto conservaste tua essência.

Fala-me dos teus erros...
Já errei muito! Não te recriminarei de forma alguma.
Fala-me das tuas ilusões...
Quero ter certeza de que não sou uma.

Fala-me das tuas alegrias...
Muitas virão embrulhadas em momentos nos presentear.
Fala-me das tuas loucuras...
Só não se assuste quando as minhas eu resolver contar.

Fale-me dos teus sonhos...
Que eu tentarei realizá-los sem perder os meus.
Fale-me das tuas crenças...
Que acreditarei nelas sem negar meu Deus.

Fala-me dos teus medos...
Os meus são todos que envolvem o risco de te perder.
Agora cala-te!
Quero sentir tua existência ouvindo teu coração bater.



Paulo Hipólito


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PLANOS

 

Sentado na poltrona, sem mais nada a fazer, decidi prestar atenção no que ocorria ao meu redor. Tinha um bom número de pessoas no ambiente. Acho que não notavam a minha presença. Da janela eu observava as pessoas lá fora. Todas tocando suas vidas sem saber a minha existência, nem que eu as observava. Vi uma senhora já de idade na porta de sua humilde casa, imaginativa, talvez pensando na vida, relembrando suas experiências. Ali próximo, uma mulher sentada num tamborete catava piolho em seu filho menor sentado ao chão. E puxava, olhava e jogava, e o pobre menino resmungava com a cara de choro. Na casa ao lado, uma jovem, talvez ainda adolescente, dava de mamar a seu bebezinho. Uma criancinha mal vestida e suja chorava puxando a saia da jovem. Creio que com fome. O catarro escorria-lhe até a boca e, de vez em quando, a menininha esfregava o nariz com o dedo indicador tentando contê-lo.
Voltei meu olhar novamente para o recinto. As pessoas estavam sentadas em pares. E conversavam. Conversavam muito. Como não havia mais espaço, duas pessoas se encontravam em pé no centro do ambiente. Prestei atenção no que estavam conversando.
    -- Amiga, hoje eu fui ao shoping, e comprei umas peças de roupas que estavam em promoção.
    -- Em qual loja, Bia?
    -- No Atacadão Merlinda.
    -- Hum. Adoro aquela loja. Lá tem tudo bonito e barato.
    -- Pois é.
    Naquele espaço, as conversas eram variadas. Dois senhores já idosos falavam sobre política. Nem prestei atenção na conversa porque não gosto muito de política, mas ouvi-os falarem num tal de Zé Pirrita Vereador. Tirando conclusões pelo nome, creio que mais um político palhaço.
Um camarada, que não estava nem aí pro mundo, ouvia musicas com seus fones de ouvido. E cantava sem se preocupar com o que as pessoas achavam dele. De olhos fechados e com a cabeça erguida sobre a poltrona, seguia o ritmo que cantava batendo no braço da poltrona com o pulso e as pontas dos dedos.
-- Doido ele, né? -- Cochichou uma moça para sua amiga. Elas estavam sentadas uma ao lado da outra, próximo ao corredor.
-- Né isso, amiga, doido em todo canto se encontra! -- Deu uma risadinha se contorcendo para contemplar o rapaz cantarolar.
O vento batia em meu rosto avisando-me que vidas aconteciam lá fora enquanto eu prestava atenção nas conversas alheias. Virei-me novamente para a janela. E como a vida corria depressa lá fora. Como um passe de mágica a paisagem havia mudado completamente. Agora não se encontrava mais a mulher catando piolhos, nem a adolescente com seu filho nos braços, nem a criança com o catarro escorrendo no rosto. Dessa vez, apenas uma senhora idosa, cujas rugas denunciavam seus 70 anos e pouco. Eestava sentada na calçada, em sua cadeira de madeira sem braços. Ela acomodava um gato cinzento em seu colo, e fazia-lho carinho enquanto balbuciava palavras insonoras. Ali mais a frente, um senhor de chapéu de palha e com uma enxada nas costas caminhava de cabeça baixa, fumando seu velho cigarro pé-de-burro.
Em meia hora que passei ali observei tantas coisas que nunca havia percebido antes. Fiquei impressionado com a quantidade de coisas que acontecem ao nosso redor enquanto vivemos nossas vidas presos em nós mesmos. No curto espaço de tempo de 30 minutos, vi no recinto que me encontrava pessoas conversando de tudo e de todos, comendo pipoca, mastigando chiclete, bebendo água, sorrindo, imaginado na vida, ou simplesmente cochilando. Lá fora, vi crianças jogando de bola, soltando pipa, brincando de esconde-esconde, sorrindo, chorando, correndo, pulando, ou simplesmente quietas. Vi trabalhadores construindo casas e prédios, cortando cana-de-açúcar, limpando mato, trocando lâmpada em poste, consertando cerca, pastorando gado, ou simplesmente bebendo num bar depois do trabalho. Vi carros que passavam velozes ou que estavam parados, ciclistas que passavam cantarolando, assoviando, fumando ou ofegando. Vi casas de vários formatos e cores, paisagens verdes e cinzentas. Enfim, vi pessoas de vários tamanhos e feições, que vivendo seus mundos, transformavam o meu e o nosso mundo.
Agora meus olhos estão fixados num urubu que voa lentamente e distante. Creio que, com a vida passando tão depressa diante de nós, ninguém naquele momento estivesse prestando atenção naquele urubu. Mas eu estava. E isso me fazia sentir-se único.
          Ainda estava eu ali, paquerando aquele urubu e pensando na vida, capturando planos com a visão, quando senti uma truncada que arremessou meu corpo um pouco pra frente. O ônibus parou. Tenho que descer.



Paulo Hipólito